25 de out. de 2009

Angelus Novus

(...) à racionalidade controladora deve-se associar uma outra racionalidade capaz de apreender o futuro no presente - "de prever, por assim dizer, o presente". Nesse sentido, Benjamin escreve: "O dia jaz cada manhã, como uma camisa limpa sobre nosso leito; o tecido incomparavelmente fino, incomparavelmente denso, de limpa profecia, nos assenta como uma luva. A felicidade das próximas vinte e quatro horas depende da maneira de apreendê-las no momento do despertar".
Esse instante, para os frankfurtianos, tal como a revolução, é risco, possibilidade de fracasso, esperança de êxito.

* Imagem: Angelus Novus: o anjo da história, impedido de realizar sua missão angélica, não se encontra paralisado, mas numa "imobilidade hesitante". Esse instante revolucionário é a chance da redenção das vítimas do "progresso".

Ref. MATOS, Olgária C.F. A Escola de Frankfurt. Luzes e Sombras do Iluminismo. São Paulo: Editora Moderna, 1993.