24 de jun. de 2010

Filme: Siddhartha - Hermann Hesse

Siddhartha

Nos primeiros momentos do filme, Siddhartha conversando com o seu amigo, Govinda, já apresenta a sua principal característica que irá marcar a obra: O questionamento. "Tudo é sempre o mesmo, Govinda. O rio, os templos, as montanhas, as pessoas, as rochas, a areia, os degraus. É tudo a mesma coisa". Sendo assim, Siddhartha decide abandonar a família e o lar e sair a procura de respostas; da Verdade.

Após alguns anos, o personagem torna-se um Sadhu, aprende muita coisa e continua se perguntando se já sabia o suficiente. - "Alcançamos a nossa meta"?, pergunta ao amigo Govinda. E continua: "o que é a meditação"? "O que é conseguir deixar meu corpo"? "O que é segurar a respiração"? "O que é o jejum"? E responde: é um escape, Govinda! É um escape dos tormentos da vida. Nós Sadhus somos escapistas. O homem da vila tem a mesma viagem quando se droga, que, são umas garrafas de vinho e depois adormece. Então, não sente mais as dores da vida. Qual é a diferença do que ele faz, e do que estamos fazendo?

Cansado de meditar, sem saber o "essencial", "O caminho" e sedento por respostas, Siddhartha resolve atravessar o rio. Eles se saparam pois, Govinda, escolhe continuar com o grupo.



  
Em pouco tempo, Siddhartha consegue por intermédio de Kamala, a cortesã, um trabalho com o rico comerciante, Kamaswami. Com a mesma cortesã, o personagem aprende a beijar, a tocar e ser tocado, a sentir. Eles vivem uma paixão que irá transformar, Siddhartha, em pai. Bastante alterado, o personagem que sabia, apenas, pensar, esperar e jejuar, passou a viver uma vida desregrada.
Festas, exagero de comidas, bebidas, jogatinas e uma irritação com a simples falta de água em uma tina, farão com que ele, se pergunte: "O que me tornei"? "Para que renunciei minha liberdade"? "Para isto, ter toda essa comida em minha mesa"?
"Sinto-me enojado".
E, sem olhar para trás e, principalmente, para a sua companheira que estava grávida, ele pegou o mesmo barco e retornou.




Já no final da obra, Siddhartha volta a encontrar com Govinda e lhe pergunta: Para onde vai? O que está buscando? E, ele responde: Tenho buscado o caminho certo toda a minha vida. Siddhartha rebate: "O problema dos objetivos é que se tornam uma obsessão". Quando diz que está buscando é porque há algo para encontrar. A verdadeira liberdade é entender que não existem objetivos. Só existe o Agora. O que aconteceu ontem já foi. E o que acontecerá amanhã, nunca saberemos. Por isso temos que viver o presente. Como o rio.
O rio só vive no presente. Nos também devemos fazê-lo. Nossa insensatez nos faz querer conquistar o tempo. Essa eterna perseguição por dinheiro, do poder, da riqueza, essa sensação de que não há tempo, isso é o que obscurece a verdade.

[Fim]



Nota:
Uma das duas cenas acima é quando Siddhartha queima o corpo da falecida mulher, morta por uma picada de cobra. E a outra escolha foi pela beleza da imagem. Seguindo os mesmos passos (falas) do personagem, disparo: Vamos esperar o entardecer da existência e/ou sepultar alguns ou algumas para "sacar" que isso aqui é uma vez só?
Abs.

2 comentários:

Anônimo disse...

Assista Samsara,


Namastê.

Vives mil años disse...

Esse filme apresenta um problema grave: restrição total a quem leu o livro. Quem não leu não vai entender o que ocorre. É fato que filmes baseados em histórias já criadas não podem reproduzir a grandeza do livro, mas podem ser mais bem resumidos.